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Em uma indústria lotada de lançamentos e produções milionárias, é natural que algumas franquias se destaquem. Seja pela história, trilha sonora, temática ou desenvolvimento de cenário, os chamados "Produtos Cult" encontram-se em praticamente todas as mídias até então exploradas pelo homem. Pintor ou cantor, ator ou escultor, livro ou filme, jogo ou marca; tanto faz, em todo canto encontraremos representantes dessa categoria.
Um Produto Cult nasce por uma série de motivos: morte do seu autor, especulação e resposta da crítica especializada, popularidade explosiva com a massa, práticas publicitárias bem-sucedidas, etc. A devoção e comoção que o seu surgimento gera ajuda a vender merchandising, ingressos, escalonamento de branding, expansão horizontal para uma nova gama de produtos, e MUITO, MUITO dinheiro. Por isso, as empresas/agentes manipulam tudo o que podem e utilizam qualquer método para gerarem essa euforia no público consumidor.
Vamos pensar em um exemplo prático, porém clássico: Vincent Van Gogh. Durante toda a sua vida você ouvirá que ele é um gênio, um artista angelical, um prodígio, e que as suas obras são um grande patrimônio da humanidade. De tanto ouvir o mesmo discurso, você vai aceitar essa opinião como fato, como verdadeira. Mas você já parou para avaliar as obras do famoso pintor? Já tentou decidir, por você mesmo, se as acha bonitas, feias, belas, simplistas? Já tentou formar e expressar a SUA opinião sobre essas produções? Imagino que a resposta seja "não", já que, no geral, fomos condicionados a não questionar certas coisas.
Podemos trazer um exemplo dos dias atuais, entrando na indústria do cinema: Vingadores Guerra Infinita. O filme foi lançado e bilhões de pessoas no planeta inteiro correram até os cinemas para desfrutar de uma super produção. Antes da sua estréia, a Disney investiu toneladas de dinheiro em material de divulgação, garantindo que qualquer ser humano com acesso a internet estaria ansioso para o lançamento. O filme estreou e as notas e comentários dos críticos de cinema foram elevadíssimas, impressionantes, inacreditáveis. Após 1 semana, todo o percentual do planeta que é economicamente ativo estava falando do filme; tatuagens, cosplays, camisetas e quinquilharias dos vingadores se espalharam como uma praga de gafanhotos. Não me levem a mal, eu amei o filme; porém, no meio disso tudo, houveram pessoas que não gostaram tanto da produção. E essas pessoas, se falassem o que pensam, seriam ridicularizadas, excluídas, rechaçadas. Esse é o fenômeno das "Vacas Sagradas", que ocorre quando algo se torna tão popular que ninguém pode criticar.
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O problema verdadeiro das Vacas Sagradas é que os efeitos da sua existência tiram do ser humano uma das suas maiores qualidades: a capacidade de pensar, julgar e definir o que é bom ou ruim para si. A partir do momento em que alguém sofre represálias quando demonstra uma opinião contrária sobre um produto ou serviço, a massa de consumo para de exigir condições melhores para consumir. O controle fica na mão da indústria, que passa a ditar o que é certo e o que não é certo, caindo num ciclo de repetição sem qualquer inovação. É aquela sequência do jogo X que não mudou quase nada; é o filme de comédia com a fórmula igual a todos os outros; é o single do artista que usa a mesma batida e harmonia que todos os outros hits utilizaram; é o quadro colorido ao extremo do artista para imitar o Romero Brito.
Não quero de jeito nenhum criar um problema que não existe só para atrair a atenção do leitor, mas eu realmente acredito que a intolerância, a segregação, a falta de compreensão, a preguiça e o hábito de repetir sempre as mesmas coisas nasce desses pequenos atos. Cada vez que silenciamos alguém que pensa diferente, perdemos um possível agente de inovação, uma mente que pensa fora da caixa. Por isso, vamos procurar ter mais paciência, mais empatia. Se o seu amigo falar mal de Metal Gear Solid, converse com ele para entender o por que; se a sua mãe disser que animes são "desenhinhos de criança", procure respeitar as limitações dela; e se alguém falar mal de Vingadores, não perca a cabeça. Tudo começa com um ato, com uma mudança positiva dentro de você. Só assim, viveremos em uma sociedade com diversas formas de pensamento, sem jamais ter de quebrar a paz por motivos tão pequenos.
Uma bela reflexão e com certeza muito profunda, muitas pessoas criam sua opinião com base na opinião dos outros e passam a criticar quem teve a experiência e criou uma opinião diferente da sua opinião, sendo que, essa pessoa nem teve a experiência pra criar sua opinião.
boludo azul